terça-feira, 22 de setembro de 2009

Muito ainda está por vir!!!



Saudações!!! Vivemos um momento muito intenso aqui em Porto Alegre e em todas as regiões do nosso Estado. Ainda no final de 2008 o Hip-Hop daqui já se orgulha em ter incluido à palavra “Hip-Hop” dentro da legislação tanto da capital quanto do RS. Como no caso da lei 10.378, que garante no mês de Maio a Semana Municipal, que já está no 2º ano de atividade. De imediato, após a lei municipal de Porto Alegre, começaranm as movimentações em torno de uma lei estadual, foi quando a Nação Hip-Hop Brasil apresentou ao Dep. Raul Carrion a proposta da criação dessa lei, e por ele levada a votação e aprovada de forma unanime pelos Deputados, ficando como referência o número 13.043, uma grande vitoria.

Em 2009, por consequência dessa lei, aconteceu o 1º Encontro Estadual, apresentando o espetáculo do Hip-Hop criado na rua, mais de 700 manos e minas ocuparam o Auditorio Dante Barone da Assembleia Legislativa com RAP, BREAK, GRAFFITI, E DISCOTECAGENS e teve até direito a interpretação dos hinos, nacional e rio-grandense, bem representado pelos reapper’s e DJs. Foram entregues ainda homenagens a veiculos de comunicação pioneros do Hip-Hop daqui do Sul. Tivemos a participação dos MC’s pela PAZ, projeto que dentro do sistema carcérario, estimula uma nova metodologia de socializaçãoe de inclusão dos manos do do outro lado da muralha. Ainda aconteceu mais um fato inedito por aqui, estou falando da 1ª Conferencia Livre de Segurança Publica do Hip-Hop. Graças a esse importante passo do Governo Federal junto à população, abriu espaço amplo e democrático para debater segurança pública entre o movimento, tendo acontecido em um sábado durante todo o dia, inclusive com um almoço coletivo, foram tirados muitos encaminhamentos que serão levados para a Conferencia Nacional de Segurança fazendo a nossa voz ser ouvida.


Vem sendo frequente a presença do Hip-Hop em museus e casas de cultura, como a Usina do Gasometro no centro da capital, onde contecem exposições de graffiti, bem como eventos como o Lança de Ouro, premiação para as melhores iniciativas em diversas areas da nossa cultura. A ART do RISCO crew, grupo que faço parte foi um dos vencedores recebendo o trofeu “LANCEIROS NEGROS” como destaque do graffiti.

Muitos olhares estão atentos ao Hip-Hop gaúcho e percebo uma acentuação positiva no Hip-Hop tanto na parte artistica, mas principalmente nas questões sociais. Nós continuamos nas oficinas em escolas, os universitarios ainda escrevem teses de mestrado sobre Hip-Hop, estamos nas vitrines, nas rádios, nos videoclipe’s, na internet, nas ruas, nas ONG’s e associações sempre atuantes e independentes.


Contudo, vivemos em um cenario que conta com um governo neoliberal que não investe em educação, cultura, lazer e mantêm medidas represivas de sugurança pública, sem investir em prevenção para diminuir o grave índice de violência no Estado. As filas em frente aos hospitais e postos de saúde, que começam a se formar em plena madrugada na luta por uma ficha de atendimento, pra vai saber daqui a quanto tempo, não escondem a falta de atendimento publico com o minimo de dignidade aos idosos e crianças que recorrem ao SUS.


Os camelôs que antes ocupavam a praça XV de Novembro, foram forçados a ocupar cubiculos no novo CENTRO POLULAR DE COMPRAS o que deixou muitos que ali ganhavam a vida sem ter onde vender suas mercadorias, iniciativa do prefeito deles, no processo de “embelezamento” do centro de Porto Alegre, abrindo espaço para um “belo” estacionamento. Outra medida de “embelezamento” se deu ainda ano passado, ao apagarem os graffitis dos viadutos, onde antes se via obras de grandes artistas plasticos da nossa cidade,com tinta anti-pichação e hoje em dia com a colocação de “belos” azulejos azuis nesses mesmos viadutos.


Passeatas, greves e protestos contra o governo de Yeda Crusius fazem parte da nossa rotina tanto quanto as consequências do aquecimento global como a estiagem, que aumenta os preços do nosso arroz com feijão. A crise financeira mundial, as demissões em massa, são assuntos que dividem as manchetes com outro caso grave de saúde publica, o CRACK. Hoje essa “pedra maldita” atinge todas as classes socias, tendo sido protagonista de casos em que pais acorrentam seus filhos, chegando ao extremo de cometerem assassinatos, casos que despertaram a atenção da midia apos um caso em um bairro nobre da capital. Nas ruas jovens matam e morrem fazendo muitas familias infelizes. Nas salas de aula, a desordem acontence e é bem visivel, pois professores espancam estudantes, estudantes espancam professores e o nosso sistema de ensino continua ultrapassado para o seculo em que vivemos. Volto a salientar a importancia do Hip-Hop como cultura de PAZ, metodologia de ensino e resgate da autoestima de jovens em situação de risco.


Hoje, temos uma rede que ficou mais visivel graças à reunioes semanais na Comissão de Educação, na Assembleia Legislativaque que por nós tem sido bastante frequentada, e tem sido palco de inumeros debates e troca de informações afim de contribuir para nosso proprio avanço, alem de servir como ponto de referencia para os militantes e ativistas do nosso meio.


A unidade de ação deve ser pilar central para o Hip-Hop e suas demandas, despindo-nos do ego dos holofotes e encarando, de forma protagonista, os palcos onde acontecem as grandes lutas sociais, por nós, pelos nossos amigos, nossos amores e nossas familias em busca de IGUALDADE e LIBERDADE e HUMANIDADE, palavras que fazem parte da bandeira do RS, e hoje não fazem parte desse solo.


Passo a passo estamos avançando e já podemos pensar inclusive em consolidar um CONSELHO do HIP-HOP do RIO GRANDE do SUL, o que aperfeiçoaria, em muito, desde nossa comunicação ate elaboração e execução de projetos conjuntos com governos e com a inciativa privada. Somos muitos e queremos mudança, e ela começa por nos mesmos, procurando pelo conhecimento, dominando questoes como a luta de classe, tão importante pra que nos reconheçam como movimento social, entrando em campo munidos de informação para o debate de ideias, sabendo quem é o inimigo e quem somos nós mesmos.


Que a bandeira do HIP-HOP GAÚCHO e BRASILEIRO tremule levando por onde passar PAZ, JUSTIÇA e SABEDORIA.


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