terça-feira, 22 de setembro de 2009

Rio Grande do SUL em SETEMBRO comemora a sua INDEPENDÊNCIA

Bem vindo a Porto Alegre, Rio Grande do Sul, estamos em época de celebração regional. Setembro é um mês sempre movimentado por aqui, pois se comemora a data da Revolução Farroupilha, a declaração de independência que originou a República Rio Grandense, quando gaúchos aguerridos resistiram ao império em grande desvantagem numérica, por quase 10 anos de guerra.

Hoje em dia é diferente e isso se reflete nas comemorações. Levo em conta o fato de o desfile do nosso dia 20 ter mudado seu local, antes na avenida perimetral, realizando uma super produção comparada a estrutura do carnaval do Rio de Janeiro. Os atores ensaiaram semanas antes as coreografias, e os ingressos estavam a venda, para quem procura celebrar a data em local coberto e confortável. Bom, se até o Laçador, criada pelo escultor pelotense Antonio Caringi, de 4,45m de altura e pesando 3,8 toneladas simboliza um gaúcho devidamente pilchado e teve como modelo o folclorista Paixão Côrtes foi “dar uma banda” do seu ponto de referencia na praça Bombeador e foi parar lá na zona Norte e “ta” lá desde 2007, trocar o local do desfile é apropriado, mas certamente não era isso que Bento Gonçalves almejava para os dias de hoje após tanto sangue ser derramado nesse mesmo solo. Esse sangue representado pelo vermelho em nossa bandeira junto com a natureza e as riquezas em verde e amarelo. Era diferente até na geografia da capital. A avenida Beira Rio que comporta o desfile esse ano, por exemplo, nem existia antes do aterro.

Falando da Avenida Beira Rio o Internacional está nas cabeças no campeonato brasileiro, e o Grêmio com a maior torcida daqui do Estado está invencível dentro do Estádio Olímpico.

Outra coisa que não “tá” tri é justamente o cartão TRI, que substituiu o antigo e ultrapassado VT (vale trasnporte) tornando o sistema digital. Continuo falando do trasporte pois os lugares de referencia para os idosos que por aqui pelo menos eram antes de passar a roleta agora são limitados a poucos obrigando nossos vovôs e vovós a se expremerem para passar a catraca e lutarem por acentos enquanto se equilibram nos coletivos, graças ao cartão TRI para aposentados. Também não é tri para os Grêmios Estudantis e DCE’s que a partir das antigas carteirinhas escolares podiam contar com caixa para praticamente o ano inteiro.

O clima por aqui é sub tropical diferente da maior parte do país, isso não é novidade, mas com os efeitos de fenômenos como o El Ninõ a coisa ta feia. Os rios jacuí, taquari, caí, sinos, Guaíba e Uruguai estão todos em nível de alerta depois das constantes chuvas que castigaram o Estado, e a previsão não é boa, muita água vai rolar ainda trazendo estragos e trastornos, principalmente para quem mora em local próximo a esses rios. Foi possível até encontrar peixes em avenidas após as águas recuarem um pouco, como no caso do taquari em Lajeado, e não é historia de pescador.

Lorota mesmo é a campanha do novo sinal de transito que segundo o prefeito Fogaça promete facilitar a travesia de pedestres em faixa de segurança sinalizando aos motoristas com o simples ato de erguer a mão em palma, vale lembrar que não é lei e não haverá punições para o motorista que ignorar o sinal. Mesmo que varias ruas da capital não contem com a placa de identificação levando a transtornos, principalmente quem não conhece a cidade, a campanha já conta com amplo material desde camisetas, adesivos, e um bom investimento.

Uma campanha importante está todos os dias na mídia contra a onda que vem dizimando uma grande parcela da juventude brasileira: CRACK NEM PENSAR. São comercias de televisão, site, busdoor’s, outdoor’s, adesivos, camisetas e notas e matérias com o logotipo da campanha para combater essa epidemia. Puxando como carro chefe temos o Grupo RBS e um grande grupo de apoiadores da iniciativa privada. Lembrando que a mais de 10 anos, o rap nacional já trazia em suas poesias a denuncia de que o crack mata mas foi preciso muito tempo para ser levado a tona esse assunto.

Mas como o importante é ter saúde... a gripe A continua espraiada nos pampas com números realmente alarmantes: 178 mortes(em 16 de Setembro), com o indicativo de vir a aumentar com uma segunda onda do vírus H1N1. É inegável que devemos continuar com os meios de prevenção e de resto esperar que a vacina, com previsão para 2010, esteja logo disponível, imunizando a população e encerrando o medo e as manchetes que tiram nosso sono. Continuam ainda as filas, nas primeiras horas da manhã, repletas de idosos e mães com seus filhos em busca de atendimento do SUS, nos postos de saúde onde é difícil encontrar materiais, como camisinha, por exemplo, apesar dos esforços dos funcionários da saúde.

Fico sem sono também pelo fato de ter sido apresentado na Assembléia Legislativa o pedido de impeachment da Governadora Yeda, mas entenda que sou contra, afinal a voz do povo é a voz de Deus, e se tem uma bandeira unindo todos os movimentos sociais rio-grandenses, nesse momento, é o FORA YEDA. O que me tira o sono é que mesmo após ser dado o andamento no processo pelo Presidente da Assembléia, Dep. Ivar Pavan, fica a expectativa de que o pedido seja vetado, pois, dos 30 integrantes da comissão especial que irá analisar se há ou não indícios para liberar o processo de impeachment contra a governadora, 18 são aliados.

Vou me despedindo, sabendo que nosso dever ainda é o mesmo. Lutar por liberdade da tirania fazendo valer a vontade do povo, igualdade em todos os sentidos da palavra e humanidade valorizando o população gaúcha como o bem mais precioso desta terra, fazendo valer os escritos em nossa bandeira!!! Bem Vindo ao Rio Grande do Sul!!!

"Senhor Regente. Em nome do povo da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, depus o presidente Braga e entreguei o governo ao substituto legal doutor Marciano Ribeiro. E, em nome do Rio Grande, lhe digo que nesta província extrema, afastada dos corrilhos e conveniências da Corte, não toleramos imposições humilhantes nem insultos de qualquer espécie.

O Rio Grande é a sentinela do Brasil que olha vigilante para o Rio da Prata. Merece, pois, consideração e respeito. Não pode nem deve ser oprimido por déspotas de fancaria. Exigimos que o Governo Imperial nos dê um presidente de nossa confiança, que olhe pelos nossos interesses, pelo nosso progresso, pela nossa dignidade, ou NOS SEPARAREMOS DO CENTRO e, com a espada na mão, saberemos morrer com honra ou viver com liberdade."

Bento Gonçalves da Silva.

Porto Alegre, 12 de outubro de 1835.

Continuamos fazendo as oficinas, o trabalho social, os shows, as festas, e o Freestyle nas esquinas




Manos e minas gaúchos estão se envolvendo e produzindo muita cultura em diversas cidades de todo o Estado, das mais variadas formas, mas sem perder o eixo central de fazer o Hip-Hop crescer.

Através de festas Hip-Hop muitos jovens têm entrado em contato com os protagonistas da cena artística local como em Passo Fundo, onde o Marava e a rapa da Nação fazem a programação que contou já com diversos nomes se apresentando na cidade. Em Caxias do Sul o grupo D’Villas lança CD duplo. Outro que lançou CD foi o W-Negro de Porto Alegre, que aparece sentado em um tanque de guerra na capa do seu 1° álbum, produzido todo de forma independente. Também acontecem festivais e grandes eventos como a “Semana do Hip-Hop de Porto Alegre”, que com grande participação da Nação Hip-Hop Brasil na elaboração e aprovação da lei que hoje faz da segunda semana de Maio data permanente como parte do calendário oficial da cidade e já está na sua 2º edição. Está acontece um “Festival de Funk e Hip-Hop” para novos talentos e ainda um evento que chega à sua 5ª Edição “COHAB é só Rap” e no ano passado contou com vários grupos locais e uma atração de SP: o RZO. Posso citar mais festas que integram o movimento aqui como a Peleia de Mc’s, o equivalente gaúcho a Batalha do Real carioca e da rinha de mc's de São Paulo, com produção do Nego Robson, ou a festa boa do Fabrício milk-shake, entre outras espraiadas nesse nosso Rio Grande. Mas também informo o encerramento das atividades do Gê Power’s, onde muitas pessoas conheceram o hip-hop e que sempre vai ser referência em relação às festas de rap e Black-music em Porto Alegre. A cena mais Undergroud acontece todas as noites em esquinas de becos e avenidas, com batidas de beat-box e freestyle, já clássicos de lugares como a Cidade-Baixa de PoA, por vezes um palco aberto, onde diversas cabeças observam atentamente as rimas e batidas se enturmando numa grande roda.

Na área da dança, têm acontecido batalhas em diversas cidades, como em St° Ângelo no Fórum de Juventude onde em caravana da Nação o pessoal da Restinga Crew disputou com as crews locais, ou também em Rio Pardo onde recentemente aconteceu a 1ª batalha de b.boy da cidade, por iniciativa dos manos da região, como o b.boy Roger. Na capital aconteceram batalhas nos eventos maiores como a própria semana do hip-hop. Este elemento tem se destacado na área de oficinas, sempre com grande interesse das crianças.

Aqui também o Graffiti tem aberto muitas portas, entrando de vez no circuito nacional com projetos como “6 Direções”, que fez um grande intercambio de artistas da cena de todo o país, incluo também nessa lista a expo “Transfer” numa retomada do Graffiti as galerias de arte, ou a grafitagem da Art do Risco nos muros da fabrica da Coca-Cola no RS quebrando tabus do receio de grandes empresas em investir no talento local, contamos com visitas ilustres de toda a parte da America Latina e destaco a presença do grafiteiro Daze de NY, que trocou muita experiência com a turma daqui. Recentemente rolou o USINA URBANA, que com grande estrutura, abriu as portas da usina do gazometro para a street art. A criação da galeria publica de street art na estação de trem e outros encontros que rolaram em diversos cantos da cidade e do Estado, bem como oficinas e palestras coroando um bom momento do Graffiti regional.

As lojas e grifes próprias do hip-hop tem espaço no mercado aqui no Sul, com produtos cada vez mais atraentes, que vão de camisetas e bonés, casacos e calças e até tênis e meia como no caso da “Di Boa”, contamos com as lojas “Ponto Favela” e “Neurose”, a grife “Perifa” e a nova loja daqui da cidade a “Bronx” para encontrar as roupas largas características da cultura de rua.

Organizações de hip-hop são importantes pra nós, porque mostram nossa capacidade de interagir com a sociedade, com governos e com a iniciativa privada e ai temos o exemplo da “Sitio”, temos também a “Alvo” e a “Enxame”, os grafiteiros da “Circulando”, e ainda “470 Kasulo”, a “Militantes da Sul”, a “CUFA” e o “MOHHB” estão presentes no Estado e a “Organização Cultural movimento Hip-Hop ” do programa “Hip-Hop Sul”, existem alguns programas em rádios abertas que tocam Rap’s entre a onda “Tsunami” de rits de Funk, e mais algumas rádios comunitárias e rádios ON-LINE, com maior liberdade de programação, fazendo a rede de mídia e comunicação de massa, além, são claro, das comunidades, blogs, my spaces e sites que circulam na internet hoje, como o Adversus do Nitro Di e a recem lançada revista NEUROSE NEWS e o tambem recem lançado SALVE o jornal da Nação Hip-Hop RS em parceria com a CTB.

Muito de minha atuação é voltada pra ação social, então cito os acontecimentos que achei mais positivos nessa área de atuação como o filme “Vitimas do Crack” do Rapper Dogg, como os “Domingos Alegres” com o Edinho Dekabrada, que produz diversos grupos no seu estúdio e lembro bem as incontáveis oficinas e palestras que a Nação desenvolveu em escolas de 1° e 2° grau da rede publica, e em faculdades como UFRGS, PUC e IPA e em Caxias com o Duda e o Caramujo, já tendo atingido milhares de jovens com o 5° Elemento, o Conhecimento. Uma das melhores coisas na cultura é a ampla rede que ela forma, e que visualizada, pode criar grandes fenômenos como o “Sarau Cultural do Bezerra”, projeto da Nação RS, que nasceu nesse ano e que da mesma forma que o sarau da “Coperifa” em SP, tem como protagonista a literatura marginal, e no dia 07 de novembro de 2008 contou com uma edição na “Feira do Livro de Porto Alegre”, com a participação dos três mestres de cerimônia: Washiton Cucurto, que criou o sarau na Argentina, Sergio Vaz que trouxe o sarau pra dentro das favelas paulistas e Mano Oxi, que junto com a Nação adaptou o sarau pra o nosso sotaque gaúcho. Relembro nossa participação na construção da Marcha Zumbi dos Palmares, que resultou em um dia de alforria, em parando o centro de Porto Alegre.

Visualizo que após as eleições do ano passado o Hip-Hop teve um saldo muito positivo no Estado tendo candidatos a vereador em quatro cidades, incluindo Porto Alegre, são eles: Mano Oxi(POA), Valter (Campo Bom), Paraiba(Taquara)e DJ Gutti (Sapucaia), nenhum deles saiu eleito mas serviu para afirmarmos que o povo tem legitimidade para assumir o poder, que sempre esteve do outro lado,que nunca foi do gueto, nunca foi da periferia, e que vamos usar esse poder para quem precisa dele, que são emergencialmente as favelas. Já fizemos historia e vamos nos empenhar de forma triplicada agora que já temos um piso, agora que temos um chão, uma base de referencia da nossa influência nessas cidades, e ampliar nossas fileiras para os próximos desafios que virão, seja em Alvorada com o White Jay nos eventos da praça da 48, seja em São Leopoldo com o SMUA e sua luta pelas entradas adaptadas para deficientes físicos nos ônibus e estabelecimentos da cidade. A Nação tem sido um grande diferencial por trabalhar na capacitação dos seus quadros e tem realmente interferido na realidade do Hip-Hop do Sul do país como na aprovação da Lei da “Semana Estadual do Hip-Hop” aprovada recentemente na Assembléia Legislativa, apresentada pela Nação ao Dep. Raul Carrion e por ele levada a votação. Realizado no dia 13 de Junho de 2009 foi, concerteza um dos maiores encontros já realizado no auditorio Dante Barone da Assembleia Legislativa com mais de 800 jovens incluindo muitas lideranças do RS, SC, PR e TONI C da Nação Hip-Hop Brasil de SP e contou com os 4 elementos, mais o 5º o conhecimento, e sacudiu a casa do povo.

Encerrando esse depoimento vejo um momento ideal para dizer que através dos elementos do Hip-Hop resgatamos a auto-estima e incluímos na sociedade diversos jovens que estão em situação de risco, oportunizando a eles protagonizarem essa transformação. Avançando cada vez mais na ação coletiva e na capacitação e profissionalização, tendo isso como um processo natural, que pode ser acelerado, conforme nosso próprio esforço. Um grande momento se passa no RS muita confiança e determinação pra encarar esse novo período do seculo21, onde um Presidente negro acaba de assumir o centro do império capitalista mundial. Os ventos da mudança...

Muito ainda está por vir!!!



Saudações!!! Vivemos um momento muito intenso aqui em Porto Alegre e em todas as regiões do nosso Estado. Ainda no final de 2008 o Hip-Hop daqui já se orgulha em ter incluido à palavra “Hip-Hop” dentro da legislação tanto da capital quanto do RS. Como no caso da lei 10.378, que garante no mês de Maio a Semana Municipal, que já está no 2º ano de atividade. De imediato, após a lei municipal de Porto Alegre, começaranm as movimentações em torno de uma lei estadual, foi quando a Nação Hip-Hop Brasil apresentou ao Dep. Raul Carrion a proposta da criação dessa lei, e por ele levada a votação e aprovada de forma unanime pelos Deputados, ficando como referência o número 13.043, uma grande vitoria.

Em 2009, por consequência dessa lei, aconteceu o 1º Encontro Estadual, apresentando o espetáculo do Hip-Hop criado na rua, mais de 700 manos e minas ocuparam o Auditorio Dante Barone da Assembleia Legislativa com RAP, BREAK, GRAFFITI, E DISCOTECAGENS e teve até direito a interpretação dos hinos, nacional e rio-grandense, bem representado pelos reapper’s e DJs. Foram entregues ainda homenagens a veiculos de comunicação pioneros do Hip-Hop daqui do Sul. Tivemos a participação dos MC’s pela PAZ, projeto que dentro do sistema carcérario, estimula uma nova metodologia de socializaçãoe de inclusão dos manos do do outro lado da muralha. Ainda aconteceu mais um fato inedito por aqui, estou falando da 1ª Conferencia Livre de Segurança Publica do Hip-Hop. Graças a esse importante passo do Governo Federal junto à população, abriu espaço amplo e democrático para debater segurança pública entre o movimento, tendo acontecido em um sábado durante todo o dia, inclusive com um almoço coletivo, foram tirados muitos encaminhamentos que serão levados para a Conferencia Nacional de Segurança fazendo a nossa voz ser ouvida.


Vem sendo frequente a presença do Hip-Hop em museus e casas de cultura, como a Usina do Gasometro no centro da capital, onde contecem exposições de graffiti, bem como eventos como o Lança de Ouro, premiação para as melhores iniciativas em diversas areas da nossa cultura. A ART do RISCO crew, grupo que faço parte foi um dos vencedores recebendo o trofeu “LANCEIROS NEGROS” como destaque do graffiti.

Muitos olhares estão atentos ao Hip-Hop gaúcho e percebo uma acentuação positiva no Hip-Hop tanto na parte artistica, mas principalmente nas questões sociais. Nós continuamos nas oficinas em escolas, os universitarios ainda escrevem teses de mestrado sobre Hip-Hop, estamos nas vitrines, nas rádios, nos videoclipe’s, na internet, nas ruas, nas ONG’s e associações sempre atuantes e independentes.


Contudo, vivemos em um cenario que conta com um governo neoliberal que não investe em educação, cultura, lazer e mantêm medidas represivas de sugurança pública, sem investir em prevenção para diminuir o grave índice de violência no Estado. As filas em frente aos hospitais e postos de saúde, que começam a se formar em plena madrugada na luta por uma ficha de atendimento, pra vai saber daqui a quanto tempo, não escondem a falta de atendimento publico com o minimo de dignidade aos idosos e crianças que recorrem ao SUS.


Os camelôs que antes ocupavam a praça XV de Novembro, foram forçados a ocupar cubiculos no novo CENTRO POLULAR DE COMPRAS o que deixou muitos que ali ganhavam a vida sem ter onde vender suas mercadorias, iniciativa do prefeito deles, no processo de “embelezamento” do centro de Porto Alegre, abrindo espaço para um “belo” estacionamento. Outra medida de “embelezamento” se deu ainda ano passado, ao apagarem os graffitis dos viadutos, onde antes se via obras de grandes artistas plasticos da nossa cidade,com tinta anti-pichação e hoje em dia com a colocação de “belos” azulejos azuis nesses mesmos viadutos.


Passeatas, greves e protestos contra o governo de Yeda Crusius fazem parte da nossa rotina tanto quanto as consequências do aquecimento global como a estiagem, que aumenta os preços do nosso arroz com feijão. A crise financeira mundial, as demissões em massa, são assuntos que dividem as manchetes com outro caso grave de saúde publica, o CRACK. Hoje essa “pedra maldita” atinge todas as classes socias, tendo sido protagonista de casos em que pais acorrentam seus filhos, chegando ao extremo de cometerem assassinatos, casos que despertaram a atenção da midia apos um caso em um bairro nobre da capital. Nas ruas jovens matam e morrem fazendo muitas familias infelizes. Nas salas de aula, a desordem acontence e é bem visivel, pois professores espancam estudantes, estudantes espancam professores e o nosso sistema de ensino continua ultrapassado para o seculo em que vivemos. Volto a salientar a importancia do Hip-Hop como cultura de PAZ, metodologia de ensino e resgate da autoestima de jovens em situação de risco.


Hoje, temos uma rede que ficou mais visivel graças à reunioes semanais na Comissão de Educação, na Assembleia Legislativaque que por nós tem sido bastante frequentada, e tem sido palco de inumeros debates e troca de informações afim de contribuir para nosso proprio avanço, alem de servir como ponto de referencia para os militantes e ativistas do nosso meio.


A unidade de ação deve ser pilar central para o Hip-Hop e suas demandas, despindo-nos do ego dos holofotes e encarando, de forma protagonista, os palcos onde acontecem as grandes lutas sociais, por nós, pelos nossos amigos, nossos amores e nossas familias em busca de IGUALDADE e LIBERDADE e HUMANIDADE, palavras que fazem parte da bandeira do RS, e hoje não fazem parte desse solo.


Passo a passo estamos avançando e já podemos pensar inclusive em consolidar um CONSELHO do HIP-HOP do RIO GRANDE do SUL, o que aperfeiçoaria, em muito, desde nossa comunicação ate elaboração e execução de projetos conjuntos com governos e com a inciativa privada. Somos muitos e queremos mudança, e ela começa por nos mesmos, procurando pelo conhecimento, dominando questoes como a luta de classe, tão importante pra que nos reconheçam como movimento social, entrando em campo munidos de informação para o debate de ideias, sabendo quem é o inimigo e quem somos nós mesmos.


Que a bandeira do HIP-HOP GAÚCHO e BRASILEIRO tremule levando por onde passar PAZ, JUSTIÇA e SABEDORIA.


Em Porto Alegre debates, oficinas e atividades culturais são alternativas no combate a violência.



























Jovens de 8 aos 20 anos tem sido apresentados a cultura Hip-Hop através dos 4 elementos, e mais ao 5° elemento, o conhecimento através de oficinas em escolas da capital gaúcha. Nesse mês ocorreu na escola Odila Gay da Fonseca, na zona Sul de Porto Alegre, uma semana de atividades com os jovens do 1° Grau, que foi encerrada na sexta com oficinas de Beat Box e Graffiti com arte educadores da Nação Hip-Hop Brasil e da Art do Risco Crew. Os Estudantes desenvolveram na oficina um painel com o nome da escola em letras grafitadas. Essa atividade contou com a presença do presidente municipal da nação Porto Alegre Jefferson TR, com Kuca da Direção municipal e com nosso Vice-Presidente nacional Mano Oxi: “Estamos trazendo o 5° Elemento, o conhecimento com muita cultura pra os jovens dentro e fora da escola.”explica Kuca 3000 arte educador.



Outra oficina aconteceu no colégio Paula Soares, jovens de 5ª a 8ª serie estiveram um dia inteiro em contato direto com a arte de grafitar. Em oficina ministrada pela Art do Risco Crew, que surgiu de uma parceria da Nação Hip-Hop Brasil e a Parceiros Voluntários com a Direção da escola, numa atividade chamada “TRIBOS”. O resultado foram 5 “PAZ”s escritos na forma de letras grafitadas pelos estudantes e muita informação e troca de idéias.



Ainda nessa mesma semana, na escola La Salle Nossa Senhora das Dores aconteceu, mais uma oficina de Graffiti da Art do Risco com jovens da 8ª serie do primário ao 3° ano do ensino médio de todo o Estado, através de parceria da Nação Hip Hop Brasil com a escola e a organização de um grande fórum de juventude, “Fórum Vida Urgente”. Contando com uma visita do Vice-Pres. nacional Mano Oxi no meio da oficina, entre os jovens ele disse: “temos o dever de fazer políticas publicas através da nossa cultura de transformação social e ocupar os espaços de decisão pra fazer mais para toda a juventude, mas principalmente para os jovens que estão na periferia, nos guetos e que não tem perspectiva de vida.”



No inicio de 2008 foi aprovada a Lei municipal instituindo a semana Municipal do Hip-Hop, contando com participação de representantes da cultura e das organizações que atuam na cidade, incluindo quadros da Nação Hip-Hop na elaboração da lei N° 10.378. De 22 ate 28 Setembro, aconteceu a programação que contava com oficinas em diversas escolas da cidade com participação direta dos arte-educadores da Art do Risco Crew: “Me considero muito feliz toda vez que tenho a oportunidade de levar o hip-hop pra dentro das escolas, como ferramenta de ensino e transformação social que age diretamente na alto-estima do jovem. Eu me emociono vendo as crianças aprendendo o Hip-Hop”, confessa Kuca 3000.No final de semana as batalhas de b.boy, freestyle com premiação, também os shows, e a grafitagem das paredes externas do presídio feminino Madre Pelletier, por cerca de 20 artistas locais encerraram a programação.



Tudo isso acabou fazendo a Prefeitura também incentivar uma semana municipal de Funk e Hip-Hop, que foi iniciada, no começo de Outubro com um painel feito 13 grafiteiros com o tema meio ambiente no muro da Av.Mauá. Já no dia 15 começaram as oficinas que a Cufa RS, junto com arte-educadores da Nação, Art do Risco, 470, Restinga Crew continua levando o Hip-Hop aos estudantes da rede publica estadual e municipal a data de encerramento das oficinas é 05 de dezembro, e ainda haverá os shows e o festival com prêmios para os mais bem colocados.



Tivemos saldos positivos nesse segundo semestre com muita participação e protagonismo da Nação Hip-Hop RS integrado aos diversos grupos e poses da região na área social com uma pequena distribuição de renda por parte dos governos e da iniciativa privada e maximo empenho dos manos e minas envolvidos nos diversos projetos que acontecem simultaneamente no Estado, levando em todas as atividades que tem construído o 5° Elemento, o Conhecimento e apresentado o debate sobre a violência com os jovens e indicando a cultura como um meio de integrar o jovem a sociedade, sabendo que é a juventude sofre coma falta de políticas publicas e de capacitação profissional, a drogadição, a gravidez precoce, e falta de vagas nas escolas da rede pública.



“A Nação Hip-Hop de Porto Alegre sempre de forma ativista e militante, tem atuado dentro da nossa realidade objetiva, levando a cultura e mostrando que tem muito a contribuir como método de ensino e dialogo com todas as classes sociais, mas sem perder sua raiz de resgate da alto estima dos jovens em situação de risco .”, diz Jefferson TR Pres. Municipal da Nação Hip- Hop/POA e grafiteiro da Art do Risco Crew.







Os muros de Porto Alegre não têm cores

Na entrada de 2008 percebi que Porto Alegre está mais cinza. E isso não se deve ao gás carbônico que milhares de automóveis soltam na atmosfera diariamente, não. A cidade está mais cinza porque vários viadutos antes grafitados, e propriedades publicam e particulares estão sendo pintados com a “TINTA-ANTI PIXAÇÂO”. Na Intenção de oprimir e reduzir os danos causados pela pratica da escrita ilegal de um modo rápido e fácil. Dependendo do promotor que fizer o processo, a pichação ou ate o próprio Graffiti sem autorização e considerado Dano art. 153, e Crime ambiental. A medida de pintar os muros com uma tinta que proporciona a remoção de qualquer rabisco de spray ou acrílico ou PVA, também tem como propósito reduzir as incontáveis TAG’s e BOMB’s espalhados pela cidade e que tanto perturbam quem se detêm ao padrão estético que nos é imposto.

A já polemica “TINTA ANTI-PIXAÇÂO”, que já foi protagonista de projetos com apoio da prefeitura e da Sec. da Segurança, incentivando a comunidade a se prevenir e pintarem suas casas e comércios com a “Tinta-Magica”. Alem de ser três vezes mais cara que a tinta acrilica convencional, esse produto ainda exige que, caso riscado, o muro tenha que ser limpo manualmente. Diversas tintas com o mesmo propósito já foram desenvolvidas ao redor do mundo e isso somente serviu pra disputa de mercado, pois a tecnologia usada pra fabricarem sprays, foi intensificada dificultando a remoção com sprays cada vez com maior pigmentação e densidade. Isso também aumentou o preço dos materiais, que são para muitos o meio de ganhar a vida, através da arte.

Todas essas manifestações que vemos nas paredes são reflexo do exato período que vivemos, é o resultado de anos e anos de um processo de evolução, afinal desde o tempo das cavernas que os seres que tinham capacidade de raciocinar já demonstravam formas de expressão através da arte rupestre, onde vemos cenas do cotidiano dos homens das cavernas. Assim sabemos o q se passou naquela época, como em Roma onde inscrições eram talhadas nas paredes de pedra. As inscrições com já disse fazem o papel de demonstrar o cotidiano de determinada época e os costumes dessas épocas.

A palavra pichação, com CH, teve origem no século XVI onde uma parte conservadora da igreja católica usava u PICHE, substancia escura, pegajosa que é derivada do alcatrão, para escrever palavras de baixo calão nos templos de outras religiões. Alem de possuir grande potencial criativo, os jovens que praticam a pichação não encontram uma forma convencional pra se expressar ou simplesmente se integrar fazer parte de algo, que traga a satisfação, reconhecimento imediato, ou só um espaço de participação. No meio do caos urbano que vivemos hoje, com propagandas, publicidades e divulgações por todos os lados, não é fácil ser notável, ainda mais passando pelo processo de amadurecimento forçado do seculo XXI.

É nesse momento que incluo o Graffiti como ferramenta de inclusão social, afirmação dos valores humanos, respeito pelo bem estar coletivo, e por ser um elemento da cultura Hip-Hop também uma forma de expressão voltada pra recuperação da alto-estima, bem como os demais elementos o Break, o DJ, e o Rap.

Os grafiteiros que são uma parcela dessa cultura global também merecem o reconhecimento, respeito e a devida valorização pela posição que ocupamos dentro da sociedade como arte educadores, artistas, multiplicadores culturais dentro de nossa estimada cidade, assim como a todas as outras vertentes culturais, afinal um ser humano sem acesso a cultura, com certeza terá dificuldades durante todo seu processo de crescimento individual, e em conseqüência afetará também os que o cercam.

Nosso interesse não se resume em fazer graffitis bonitos que dão nova vida aos muros de Porto Alegre, é necessário sermos consultados nos processos democráticos que envolvem nossa área de atuação, pois temos muito a contribuir com nossa experiência. Afinal investimento em CULTURA, LAZER, ESPORTES, enfim, POLITICAS PUBLICAS DE JUVENTUDE devem ser mais eficazes que cobrir tudo com um material que se sujar e só lavar que acabou se o problema ou com punição, quaisquer que seja. Só assim na minha própria opinião, será possível descobrir novos DA VINCI’s, e MIKELANGELO’s, ou esses jovens continuarão nas sombras da cidade, escondidos, rabiscando muros num protesto silencioso e sem fim.

Os muros e as campanhas: o “atropelo de graffiti’s acontece no país inteiro

Esses dias passei por um muro em que estava estampada, com letras de cantos arredondados e números de cor diferente logo abaixo, pra dar contraste com o fundo branco, a propaganda de um candidato a Vereador de um partido de direita, juntamente com a do respectivo candidato a Prefeito. Claro que no dia 6 de Julho estamos em de campanha e os letristas se multiplicam aqui nas ruas da cidade, é natural q os candidatos se utilizem, também, das paredes para se promoverem na sua campanha, e nenhuma lei restringe esse tipo de publicidade visual... Mas, ao me ver ali lendo aquela parada toda com números, letras, siglas, e logotipos... Lembrei-me de ontem, onde, no mesmo muro, havia um bonito graffiti, que eu ate já me acostumei a ver ali.

Nossa mano... q frio no estomago me deu, pois eu como artista urbano, também me utilizo das ruas como plataforma para divulgar meu trampo e abrir dialogo com a sociedade através dele.

Pensei então: como será a reação do escritor (writer) responsável pelo graffiti apagado? Será que quem apagou, não se importou com o conteúdo artístico expresso ali antes? Respondi a minha 1ª pergunta ao passar por outro muro, onde antes havia um graffiti de minha autoria:

Como será que o writer reagiria? Bom, poderia ter sido pior,mas ao ver cerca 6 cartazes mal cobrindo todo o pequeno muro de uma avenida movimentada daqui, me respondi a 2ª pergunta:

Será que não se importaram com o conteúdo artístico expresso ali? Certamente que não, seja por não conhecer a cultura do graffiti e sua capacidade de inclusão social ou por não simplesmente pra cumprir a demanda. Também não acredito que tenham pagado pelo espaço que fica ao lado do comitê Estadual de um grande partido, o mesmo dos cartazes. Também não acredito que tenha sido pago ou terem autorizado a utilização daquele espaço, pois eu mesmo confesso não ter pedido a autorização do proprietário, pois se trata de um muro onde sempre houve graffitis, sempre renovados.

Aqui em Porto Alegre, a Prefeitura criou o DISK-PICHAÇÂO, mas não se preocupou em orientar a guarda municipal e muito menos a nossa população a diferenciar um graffiti de uma pichação, tendo vários grafiteiros tem arcado com ônus da falta de preocupação de nossos governantes e das suas secretarias.

Já em São Paulo, a coisa foi mais fundo, foi instituída uma lei contra poluição visual. Proibindo diversas formas de publicidade e caindo com força no graffiti, mesmo SP sendo a Babilônia do graffiti brasileiro, tendo diversos trabalhos sido apagados na cidade.

Isso me força a perguntar: é possível os políticos não enxergarem o bem e a vida que os muros grafitados trazem para o ambiente urbano? Ou isso é difícil através dos vidros fumê dos seus carros ou das janelas das suas mansões?

Julgado pelas condições da Vila Chocolatão, no centro de Porto Alegre, bem ali, ao lado da Câmara de Vereadores, onde diversos papeleiros habitam em condições sub-humanas, eu acredito que a 2ª pergunta seria a certa a ser feita.

Uma coisa é certa, em todo o país graffiti’s são apagados em função das campanhas e os partidos promoverem suas candidaturas.

Isso, na minha visão é uma grande perda cultural para a cidade, nessa época onde toda a cultura é de difícil aceso, onde o cinema é caro, o teatro também e a televisão não traz grandes os mesmo benefícios q a arte pura traz instigando a imaginação e o pensamento.

Fico feliz, porem, ao ver exemplos como Salvador, onde o grupo de grafiteiros que contribuem com a Prefeitura, se organizou e criou um documento repudiando o “atropelo” de graffiti’s para finalidades políticos partidárias, e irão entregar na câmara municipal.

Lá, Salvador, é uma realidade especifica São Paulo outra, e Porto Alegre outra e cada uma tem particularidades. Em algumas o graffiti é mais difundido e unido e organizado em outras nem tanto, mas essa arte que vende telas a quantias consideráveis, que realiza através de oficinas trabalhos sociais, e que hoje é a tendência da moda sendo muito utilizado por empresas e produtoras para contemporanizar seus produtos e marcas, e que traz a arte para a rua, acessível a todos sem cobrar por isso, merece mais atenção dos candidatos. Afinal de contas se o candidato fulano escreve seu nome próprio em muros com o objetivo de atingir a sociedade, não é diferente de outras formas de expressão como uma pichação por exemplo.

Alguns irão se lembrar na época da velha cédula de papel, nas eleições municipais de 1988 no Rio de Janeiro, após um bloco de um programa de televisão humorístico, o Macaco Tião teve alto índice de aceitação popular (9,5%) tendo seus eleitores realizado diversas pichações para promoverem seu candidato, com os dizeres: VOTE MACACO TIÃO.

Encerrando esse artigo registro que considero um grande erro, apagar graffitis, que são feitos por grandes nomes da arte contemporânea, já tendo se colocado junto aos grandes mestres da pintura, por finalidades de campanha eleitoral, pois se tratam de patrimônios públicos da humanidade e da sociedade de cada região como museus a céu aberto, devem ser respeitados os muros que contem esse tipo de expressão tanto quanto os postes e telefones públicos, pois é terrível ver o trabalho de verdadeiros Van Gogh’s atual atropelados por nomes e números.

Certamente esse candidato não terá meu voto.

Hip-Hop e Coca-Cola: duas formulas mágicas







Uma das grandes dificuldades, do Hip-Hop aqui no Sul, são as parcerias com a iniciativa privada, grandes empresas e multinacionais. Diferente de São Paulo, no Rio Grande do Sul existe uma forte resistência por parte das classes mais favorecidas, que há anos detêm e monopoliza o poder e o dinheiro por aqui. Restando apenas o poder publico para recorrermos em fim de valorizar e promover nossa cultura.

Alem de um movimento social de massa, o Hip-Hop, também conta com arte educadora, com artistas, com pais de família, multiplicadores culturais, que não vêem o seu trabalho reconhecido perante a sociedade, seja com visibilidade ou remuneração financeira, mas que continuam sendo atores da transformação social dentro dos seus bairros e comunidades.

Já a mais de quatro anos, nós da ART DO RISCO CREW, estamos subindo degrau por degrau em busca de trabalhos que ajudem a quebrar essas algemas, instigando o mercado a reconhecer nosso profissionalismo e legitimidade como auto de data de uma contra cultura que nasceu no berço abaixo da linha da miséria, longe da cultura tradicional e hoje se tornou uma cultura mundial.

Por volta da metade do ano passado foi fechada uma parceria entre a ART DO RISCO CREW, que conta entre seus membros com dirigentes Municipais da NAÇÃO HIP-HOP BRASIL, e a VONPAR, a fabricante da Coca-Cola aqui no RS e em SC.

Isso, com certeza quebra um grande tabu, colocando através do elemento Graffiti, a NAÇÃO HIP-HOP como protagonista dessa ação de responsabilidade social em parceria com a maior marca de refrigerantes do planeta e a ART DO RISCO CREW na vitrine das melhores e mais organizadas crew’s de grafiteiros do Estado e do País. Uma vitoria, com certeza, que todo o movimento do RIO GRANDE DO SUL, reconheceu e que transmito através destas humildes linhas.

Realizamos o 1° trabalho ainda no ano passado ( um muro de 1,70mts de altura por uns 18 mts de comprimento) localizado no centro da fabrica, local chamado de Praça do Grito onde acontecem shows e atividades em geral. Os responsáveis por essa ação foram o TR, hoje Pres. Municipal da Nação e líder da Crew, o Alemão da NAUMILD, que mantinha a relação mais burocrática e eu, Kuca 3000, hoje na pasta de comunicação da nossa organização.

Este ano veio o grande desafio: dois muros colossais de 8 metros de altura por 22 metros de comprimento cada... Tarefa difícil não impossível. Para isso recrutamos reforço dentro da própria Nação, o graffiteiro Allan que milita na Nação desde o ano passado, e que foi temporiariamente integrado a Crew. Passamos por um breve curso de segurança do trabalho logo os esboços foram feitos com muita liberdade artística, como no 1° trabalho, o que nos motivou bastante. Ainda no inicio do mês, lembro de estar dando os últimos retoques no ultimo muro, com todo o equipamento de segurança possível contando com cinto, talabarte, trava-quedas, capacete, luva, mascara, óculos e um andaime gigantesco.

Por fim, acreditamos sim na revolução e para isso nos organizamos, acreditamos que para isso é necessário o dialogo com as diversas camadas da pirâmide social, sim. Distribuição de renda e reparação de danos é parte do processo para alcançarmos nossos objetivos imediatos, como casa, comida, transporte... Somos ícones que hoje tem a possibilidade de viver da nossa arte mais não só ser artista pelo artista, e sim pelo bem maior do coletivo que consegue tirar proveito do mercado que acaba cedendo um pouco mais com ações como esta.

A Super-estrtura é sempre potencializada nos cursos que a Nação oferece, com aulas de historia, sociologia, psicologia, antropologia, filosofia, economia, etc. E isto de maneira gradual está influenciando na parte de estrutura, e transformando nossa organização numa locomotiva, com muito carvão pra queimar.

Sendo assim, me despeço, visualizando que através da formação de nossos quadros podemos capacitar e multiplicar a nossa ação, junto às massas e aos grandes investidores também. Um grande salve daqui do Rio Grande do Sul, e que nossa experiência seja de proveito geral, pois me sinto grato por estar perto de pessoas que estão com sede por mudanças e abençoado por ser um dos protagonistas disso.

É Tudo Nosso, com certeza!!!